REISADOS - CAPISTRANO-CE

Saturday, December 29, 2007

REISADO DO MESTRE SEBASTIÃO CHICUTE

Francisco Artur Pinheiro Alves

No período, entre o natal e o dia de Reis, há a tradicional brincadeira dos caretas ou papangus. Na verdade é uma das versões do bumba-meu-boi, que no Pará e Maranhão acontece no período junino, mas que em outras partes do Brasil, como no Ceará, ocorre no natal. Trazido pelos portugueses da Península Ibérica, aqui se adaptou e recebeu as diversas conotações regionais. Em Capistrano esta tradição vem sendo mantida pelo mestre de nossa cultura Sebastião Alves Lourenço ( Sebastião Chicute). Ano passado o reisado do mestre Sebastião Chicute foi premiado pelo BNB de Cultura, motivo de orgulho para todos os capistranenses. Este fato fez com que a própria cidade valorizasse mais o seu grupo de tradição popular, tendo assistido a várias apresentações no segundo semestre, mesmo antes das festas de Natal e do dia de reis. O grupo também foi convidado para se apresentar em outras cidades como: Itapiúna, Aracoiaba, Fortaleza e mais recentemente em Ocara.
O reisado do mestre sebastião Chicute é um grupo formado por homens da terceira idade, em sua maioria, crianças e adolescentes, mulheres, cada um com a sua função. Há o grupo de caretas, os caboclos, que em outras regiões, são denominados de Mateus,, os que compõem a segurança, (polícia) as damas, (este jovens adolescentes), a velha, que assusta as crianças, o sanfoneiro, o pandeireta e os que dançam com as figuras. As mulheres ficam no apoio, não dançam. As figuras, são: o boi, a principal, ele dança, é morto, repartido e depois ressuscita; a burrinha, que dança o trancelim, uma coreografia em forma de 8, a pinta, que é uma versão da ema, posto que não há emas em nossa região, e o bode, que é o mais espalhafatoso. Ao que parece, a figura do bode é mais uma adaptação regional, devido ao folclore que se tem em torno deste animal no sertão.
Eles dançam e cantam do início ao fim da comédia, recitando versos decorados e improvisados, dependendo da capacidade artística do componente. Tudo sob o comando do mestre, que determina o momento certo da entrada e saída de cena de cada caboclo. É uma tradição que foi esquecida com o advento das novas tecnologias na área do lazer e do entretetimento e com o processo de urbanização, mas que está sendo, como que renascendo.
Este registro é parte de uma trabalho de extensão universitária que estamos desenvolvendo em Capistrano, no qual queremos mapear e catalogar todos os grupos de reisados do município, atuais e que já se extinguiram, bem como o registro de cada membro como autênticos portadores da cultura popular. Em dezembro, queremos fazer o primeiro festival de reisados da região, em Capistrano, para isso já estamos fazendo os primeiros contatos com a SECULT, para nos apoiar nesta empreitada.

Prof. Francisco Artur Pinheiro Alves
Arturpin@yahoo.com.br
Capistrano-CE

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