REISADOS - CAPISTRANO-CE

Saturday, December 29, 2007

Mestre pousa com suas figuras e adereços

O mestre no centro deu gabinete do reisado no Hotem Santa Luzia de sua família em Capistrano. Ao visitar Capistrano visite o Mestre Sebastião Chicute.

Bastião Chicute e seu BOI MANSNHO e Mostrando os objetos do reisado

Segurando o esqueleto da burrinha e no detalhe ao lado direito a cabeça da pinta.
O boi Mansinho, foi uma herança do Tio Velho um dos resistentes do reisado de Capistrano.

Artur Pinheiro

Mestre Sebastião Chicute em seu Recinto



DOSSIÊ DO MESTRE SEBASTIÃO CHICUTE

DOSSIÊ DO MESTRE SEBASTIÃO CHICUTE
AUTOR: PROF. FRANCISCO ARTUR PINHEIRO ALVES
DADOS PESSOAIS:

Nome: Sebastião Alves Lourenço
Apelido BASTIÃO CHICUTE
Filiação: Francisco Lourenço Sobrinho e Maria Alves dos Santos

Data do Nascimento: 24 de Abril de 1934
Id. 697 625 SSP Ce


Profissão: Agricultor e depois comerciante, quando mais jovem. Hoje exerce as funções de cordelista, locutor de rádio (programa de viola ) e mestre de reisado.É um exímio assador de carne Apesar de seus 72 anos ainda não conseguiu se aposentar por conta da burocracia do INSS.

Estado civil: Casado com a prima Luzia Alves Prudêncio
Natural de Aratuba

Escolaridade
Bastião Chicute não freqüentou a escola. O pouco que aprendeu foi por esforço próprio e pela necessidade. Já depois de casado, tinha uma bodega e como bodegueiro, tinha que anotar as compras dos “fiados”, que nem sempre pagavam. Também, a vontade de ler os cordeis e de escrever os seus, o forçaram a aprender a ler. Hoje ele escreve e ler cordel com muita facilidade e ler também as cartas e avisos no seu programa tarde sertaneja.


Histórico:

Sebastião Chicute começou a brincar de reis, como ele diz, em 1952. “Naquele tempo os meninos iniciavam brincando de dama, não tinha maldade, hoje os meninos não querem vestir a roupa de dama.” Como dama, criança, pode observar todos os passos e todas as gingas do reisado com os mestres e caboclos que brincavam à época.
Esta primeira experiência foi vivenciada na serra de Aratuba.. Lá segundo ele havia muitos reisados,”todo mundo brincava na festa dos reis.” Então ele foi crescendo neste ambiente. É do reisado que trouxe a vertente do cordel que veio desempenhar mais tarde.
De Aratuba veio para Capistrano e sempre cultivando a tradição dos reis. Durante o resto do ano fazia quermesses, outra tradição popular nascida nas festas da igreja, nelas os destaques eram as rainhas dos partidos azul e encarnado, assim se chamava o vermelho antigamente. Em Portugal ainda é assim. Bricou reisado praticamente todos os anos, passando por todas as personagens e figuras do reisado.
Na década de 80 foi para Itapiúna. Lá teve apoio da Prefeitura. Se apresentou em Fortaleza na feira dos municípios e para a dra. Lirisse Porto, uma admiradora do reisado e da cultura popular. O grupo de Itapiúna t segundo ele era bem organizado, tinha todo apoio: material, vestimentas e transporte.
Na década de 90 veio definitivamente para Capistrano. Brincou nesse período no reisado do mestre Chico do Mundô e depois organizou o seu grupo com os mais antigos do lugar, com os quais brinca até hoje.
Com a criação da secretaria de Cultura em 2005, o grupo teve um novo impulso brincando em vários lugares dentro e fora do município de Capistrano

DO REISADO AO CORDEL

As músicas de entrada do reisado e as das figuras. São decoradas, mas no seu desenvolvimento carecem da criatividade do mestre e seus auxiliares, que improvisam de acordo com o tema, com a clientela e o local. Daí surgiu no Bastião Chicute a sua “veia poética”. Ao descobrir a poesia viajou nela discorrendo vários temas em cerca de vinte cordéis publicados e inúmeros versos poemas e canções inéditas .Surge assim um cordelista, um poeta de banca, posto que não é violeiro.
Mas a sua capacidade de improvisar no reisado é que dá originalidade nas suas apresentações.
Toda esta experiência está sendo passada para adultos , jovens e crianças que participam do seu grupo, como forma de manter a tradição.

MESTRE DA CULTURA
Sebastião Chicute, é um autêntico artista popular, que dedicou a sua vida à tradição herdada de seus antepassados repassados a ele por seus contemporâneos. Tanto no reisado como na literatura de cordel, tanto no rádio com seu programa tarde sertaneja, como nas quermessees quando ainda não tinha televisão no interior. Tem procurado, como foi dito repassar esta tradição para os que lhe acompanham, mas também para estudantes, da escola básica e superior, em Capistrano, Quixadá e eultimamente em Maranguape, proferindo palestras com seu linguajar de poeta popular. Por isso Chicute merece ser agraciado com o título de Mestre da Cultura do Ceará, que em muito boa hora chegou ao nosso Estado de forma pioneira, pela Secretaria de Cultura do Estado.

Outras informações, fotografias e exemplares de cordel estão anexos a este documento.













ANEXOS:

CartasJornal O POVO 04/01/2006

[04 Janeiro 02h16min 2006] A TRADIÇÃO DO REISADO Neste período, entre o natal e o dia de Reis, há a tradicional brincadeira dos caretas ou papangus. Na verdade é uma das versões do bumba-meu-boi, um auto do natal que, trazido pelos portugueses da Península Ibérica, aqui se adaptou e recebeu as diversas conotações regionais. Em Capistrano esta tradição vem sendo mantida pelo mestre de nossa cultura Sebastião Alves Lourenço ( Sebastião Chicute). Ano passado, o reisado do mestre Sebastião Chicute foi premiado pelo BNB de Cultura, motivo de orgulho para todos os capistranenses. Este fato fez com que a própria cidade valorizasse mais o seu grupo folclórico, tendo assistido a várias apresentações neste segundo semestre, mesmo antes do dia de reis. Está sendo uma oportunidade de se revitalizar uma tradição que muitos não conheciam. Francisco Artur Pinheiro Alves Fortaleza-CE

Diario do Nordeste

COLUNA (6/1/2006)Do Leitor
Caretas na Festa de Reis em CapistranoHoje, dia 6 de janeiro, encerra-se a festa de Santos Reis. Desde 26 de dezembro, no interior do Nordeste, grupos de reisados se apresentam em terreiros de fazendas, pátios de escolas, ruas e praças. São os caretas, também denominados papangus, uma tradição trazida pelos colonizadores e que aqui recebeu as peculiaridades regionais. Segundo os estudiosos, há uma variedade imensa destes grupos cada um com as características de sua região ou localidade. Os personagens, em geral são: o mestre, o capitão, o policial, a velha, a catirina, os mateus ou caboclos ou papangus, damas, dentre outros. As figuras são também inúmeras: o boi é a figura central, dança, morre, é repartido e ressuscita no final, há ainda a cobra, a ema, o bode, a pinta, a burra dentre outras. Este auto de Natal é a forma mais tradicional e popular de comemorá-lo, terá seu ápice, em Capistrano, nesta sexta-feira à noite, na quadra da Baixa Fria, com a apresentação do reisado do Mestre Sebastião Chicute que encerrará a sua temporada com a matança do boi. O reisado do Mestre Sebastião Chicute, é um grupo popular, composto de cidadãos e cidadãs, a maioria acima de 70 anos, sendo que o tocador, Luis Duarte (primo do Chico Justino, como ele faz questão de dizer), tem 84 anos de idade e o mestre Sebastião, 74. Eles dançam e pulam como se fossem bastante jovens. Vale a pena conferir.
Francisco Artur Pinheiro AlvesCapistrano-CE

REISADO DO MESTRE SEBASTIÃO CHICUTE

Francisco Artur Pinheiro Alves

No período, entre o natal e o dia de Reis, há a tradicional brincadeira dos caretas ou papangus. Na verdade é uma das versões do bumba-meu-boi, que no Pará e Maranhão acontece no período junino, mas que em outras partes do Brasil, como no Ceará, ocorre no natal. Trazido pelos portugueses da Península Ibérica, aqui se adaptou e recebeu as diversas conotações regionais. Em Capistrano esta tradição vem sendo mantida pelo mestre de nossa cultura Sebastião Alves Lourenço ( Sebastião Chicute). Ano passado o reisado do mestre Sebastião Chicute foi premiado pelo BNB de Cultura, motivo de orgulho para todos os capistranenses. Este fato fez com que a própria cidade valorizasse mais o seu grupo de tradição popular, tendo assistido a várias apresentações no segundo semestre, mesmo antes das festas de Natal e do dia de reis. O grupo também foi convidado para se apresentar em outras cidades como: Itapiúna, Aracoiaba, Fortaleza e mais recentemente em Ocara.
O reisado do mestre sebastião Chicute é um grupo formado por homens da terceira idade, em sua maioria, crianças e adolescentes, mulheres, cada um com a sua função. Há o grupo de caretas, os caboclos, que em outras regiões, são denominados de Mateus,, os que compõem a segurança, (polícia) as damas, (este jovens adolescentes), a velha, que assusta as crianças, o sanfoneiro, o pandeireta e os que dançam com as figuras. As mulheres ficam no apoio, não dançam. As figuras, são: o boi, a principal, ele dança, é morto, repartido e depois ressuscita; a burrinha, que dança o trancelim, uma coreografia em forma de 8, a pinta, que é uma versão da ema, posto que não há emas em nossa região, e o bode, que é o mais espalhafatoso. Ao que parece, a figura do bode é mais uma adaptação regional, devido ao folclore que se tem em torno deste animal no sertão.
Eles dançam e cantam do início ao fim da comédia, recitando versos decorados e improvisados, dependendo da capacidade artística do componente. Tudo sob o comando do mestre, que determina o momento certo da entrada e saída de cena de cada caboclo. É uma tradição que foi esquecida com o advento das novas tecnologias na área do lazer e do entretetimento e com o processo de urbanização, mas que está sendo, como que renascendo.
Este registro é parte de uma trabalho de extensão universitária que estamos desenvolvendo em Capistrano, no qual queremos mapear e catalogar todos os grupos de reisados do município, atuais e que já se extinguiram, bem como o registro de cada membro como autênticos portadores da cultura popular. Em dezembro, queremos fazer o primeiro festival de reisados da região, em Capistrano, para isso já estamos fazendo os primeiros contatos com a SECULT, para nos apoiar nesta empreitada.

Prof. Francisco Artur Pinheiro Alves
Arturpin@yahoo.com.br
Capistrano-CE


 
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